Sacos azuis, gatos laranja...

Não há como negar a humanidade nos animais, mas  há como negar a bestialidade humana. Alguns gatos podem se comportar como traficantes e demarcar território a facadas. 


Gosto de gatos. Bem, se você já me visitou, certamente sabe disso. Eram quatro, viraram nove e hoje são cinco. Até ontem eram seis.
Menos um. Sempre menos um. A vida é engraçada, sabe? É como na música 'Cartão Postal': Alguém se despede para outro alguém chegar. E é verdade. Sempre que minha gata engravida um gato da casa morre. Normalmente em circunstâncias brutais. Pedreiros metem picaretas na cabeça por acidente, um galho cai e arrasta o gato pra uma queda de seis metros onde ele termina sendo esmagado por uma grade de 20 kg... Coisas simples.
Dessa vez, entretanto, foi outro gato, numa disputa pela fêmea da casa. O gato xodó da casa teve o intestino rasgado violentamente numa briga com um preto de rua. Madame satã teria com inveja da ferocidade de seu colega de cor.
Não foi uma cena bonita encontrá-lo caído no chão envolto em sangue e fezes, mas como se espera dos gatos, com sete vidas, uma ainda sobraria e o teríamos por mais uns anos. Não tivemos. Chega a ser estranho imaginar que já havíamos achado esse gato esmagado de baixo da cama e que três dias depois, lá estava ele correndo pelo terreno. O bichinho era Die Hard. Era.
Sua sobrevida durou duas semanas , mas o ódio permanece. Não sou uma pessoa dada a muitas emoções... Ultimamente, em segredo para não ferir a veia Jesuíta da patroa, tenho andado com um saco de lixo na mão e uma marreta na outra. Nunca se sabe qual gato vou encontrar, né? Quinze dias com um gato definhando por causa de outro dão o tom de uma raiva impar.
Sou prático e frio. Aqui já foi um antro de cães. Dois deles morreram. Um deles, joguei no lixo e o outro, que não coube no saco, tive de dar um jeito para que ele coubesse.
Cães... Animais que o inquilino deixou e poderiam ter sido banidos daqui. Um deles, virou sinal de fraqueza contra um antagonista e eu resolvi deixar os dois pra lá. Todos gostam de dar pitacos no quintal dos outros, mês ninguém entra pra cuidar. Se o bicho definha, é a vida. Eco hipócritas.
Ninguém cuidou dos meus gatos, só eu... E um deles fugiu, mas voltou porque aqui era bom. (risos)
O problema foi que outros vieram com ele. Entre eles, o que começou a cercar a minha fêmea.
Animais, como os humanos, tem instintos ruins. Não são todos, mas alguns têm o prazer quase humano de ferir o próximo. E meu quintal virou um gueto disputado por gangues de diferentes cores. E a primeira vítima foi feita, num ataque traiçoeiro pelas costas.
Nesta casa, gatos e sacos de todas as cores se entenderam. Quase todas... Nada laranja entrou em qualquer saco. Seja ele preto ou azul. Eu tentei encontrá-lo, mas gatos, estas criaturas que escolhem lugares isolados para morrer, desaparecem no meu terreno.
Fica a saudade e a certeza de que fizemos tudo que estava ao nosso alcance, mesmo depois do paciente ter sido desenganado.

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